Antiguidade
As doenças sexualmente transmissíveis estão relacionadas aos comportamentos sexuais humanos e, portanto, devem existir desde tempos imemoriais.
Os primeiros relatos de corrimentos uretrais datam de 2637 a .C.. Na Bíblia, há também referências sobre essas doenças. O relato bíblico descreve uma guerra entre israelitas (sob o comando de Moisés) e medianitas por volta do ano 3000 a .C. Os vencedores da guerra, os israelitas, capturaram as mulheres medianitas e as violentaram sexualmente. Houve então uma “praga contra a congregação do Senhor” na forma de uma doença. Segundo sanitaristas e exegetas – estudiosos da Bíblia – a doença referida como “praga contra a congregação do Senhor” é a gonorreia ou outra doença muito parecida.
Dos tempos medievais à atualidade
As DST são muito citadas na literatura medieval, especialmente a gonorreia.
No século XII, na Inglaterra, os donos de prostíbulos foram orientados a não permitir relações sexuais entre os seus clientes e mulheres que sofressem da “perigosa enfermidade do fogo” (gonorreia).
Nesse época, apareceu a sífilis na Europa e, até 1793, ela e a gonorreia foram consideradas como uma única doença venéria. A sífilis alastrou-se na forma de epidemia pela Europa.
Acredita-se que a sífilis tenha sido originada entre os nativos da América e tenha sido levada à Europa após a viagem de Colombo.
Durante séculos, o mercúrio[1] foi o único medicamento utilizado no tratamento da sífilis e da gonorreia e, além de colocado sobre as erupções, ele era ingerido pelos doentes. No entanto, ele não apresentava bons resultados, além de provocar muitos efeitos colaterais – como exemplo: perda de cabelo e dentes, distúrbios renais e demência mental. Todavia, acreditava-se que os efeitos colaterais do medicamento eram, na verdade, sintomas de um estágio avançado das doenças.
Apenas em 1500, foi constatado que a sífilis era transmitida sexualmente. A doença então tomou a Hungria, a Rússia e chegou à Índia através dos exploradores portugueses, nas expedições de Vasco da Gama. Em 1505, a China então foi atingida pela sífilis. O Japão foi atingido alguns anos depois e, posteriormente, todo o mundo foi acometido pela doença.
Há evidências de que o rei Henrique VIII tenha se tornado estéril em razão de uma sífilis adquirida na juventude. Em consequência da doença, ele teria tido sérios distúrbios mentais no final da vida.
A incidência da sífilis teve uma redução entre 1850 e 1910. De acordo com o pensamento da sociedade da época, as pessoas diferenciadas social e intelectualmente se preveniam mais para evitar a contração da doença.
Em 1910, foi descoberto um medicamento para a cura da sífilis. Além disso, o desenvolvimento da microscopia permitiu um rápido diagnóstico para a doença.
A maior incidência das doenças sexualmente transmissíveis ocorreu após a Segunda Guerra Mundial e, a partir de então, o seu crescimento se deu, principalmente, nos países mais pobres.
A partir de 1960, devido à maior liberdade sexual, houve um aumento nos casos de doenças venérias. Esse aumento foi devido principalmente à descoberta das pílulas anticoncepcionais, que conferiram maior liberdade à mulher.
Graças à descoberta da penicilina, como medicamento, em 1939, as doenças sexualmente transmissíveis não foram capazes de dizimar populações.
[1] O mercúrio, o mais tóxico dos metais pesados, é capaz de lesar vários órgãos, provocando andar cambaleante, transtornos na visão, descontrole motor, dificuldade em distinguir vozes num grupo, entre outros efeitos. Em casos mais graves, pode levar à morte.
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