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domingo, 15 de maio de 2011

Voltando no tempo

Antiguidade

As doenças sexualmente transmissíveis estão relacionadas aos comportamentos sexuais humanos e, portanto, devem existir desde tempos imemoriais.
Os primeiros relatos de corrimentos uretrais datam de 2637 a.C.. Na Bíblia, há também referências sobre essas doenças. O relato bíblico descreve uma guerra entre israelitas (sob o comando de Moisés) e medianitas por volta do ano 3000 a.C. Os vencedores da guerra, os israelitas, capturaram as mulheres medianitas e as violentaram sexualmente. Houve então uma “praga contra a congregação do Senhor”  na forma de uma doença. Segundo sanitaristas e exegetas – estudiosos da Bíblia – a doença referida como “praga contra a congregação do Senhor” é a gonorreia ou outra doença muito parecida.

Dos tempos medievais à atualidade

As DST são muito citadas na literatura medieval, especialmente a gonorreia.
No século XII, na Inglaterra, os donos de prostíbulos foram orientados a não permitir relações sexuais entre os seus clientes e mulheres que sofressem da “perigosa enfermidade do fogo” (gonorreia).
Nesse época, apareceu a sífilis na Europa e, até 1793, ela e a gonorreia foram consideradas como uma única doença venéria. A sífilis alastrou-se na forma de epidemia pela Europa.
Acredita-se que a sífilis tenha sido originada entre os nativos da América e tenha sido levada à Europa após a viagem de Colombo.
Durante séculos, o mercúrio[1] foi o único medicamento utilizado no tratamento da sífilis e da gonorreia e, além de colocado sobre as erupções, ele era ingerido pelos doentes. No entanto, ele não apresentava bons resultados, além de provocar muitos efeitos colaterais – como exemplo: perda  de cabelo e dentes, distúrbios renais e demência mental. Todavia, acreditava-se que os efeitos colaterais do medicamento eram, na verdade, sintomas de um estágio avançado das doenças.

Apenas em 1500, foi constatado que a sífilis era transmitida sexualmente. A doença então tomou a Hungria, a Rússia e chegou à Índia através dos exploradores portugueses, nas expedições de Vasco da Gama. Em 1505, a China então foi atingida pela sífilis. O Japão foi atingido alguns anos depois e, posteriormente, todo o mundo foi acometido pela doença.
Há evidências de que o rei Henrique VIII tenha se tornado estéril em razão de uma sífilis adquirida na juventude. Em consequência da doença, ele teria tido sérios distúrbios mentais no final da vida.
A incidência da sífilis teve uma redução entre 1850 e 1910. De acordo com o pensamento da sociedade da época, as pessoas diferenciadas social e intelectualmente se preveniam mais para evitar a contração da doença.
Em 1910, foi descoberto um medicamento para a cura da sífilis. Além disso, o desenvolvimento da microscopia permitiu um rápido diagnóstico para a doença.
A maior incidência das doenças sexualmente transmissíveis ocorreu após a Segunda Guerra Mundial e, a partir de então, o seu crescimento se deu, principalmente, nos países mais pobres.
A partir de 1960, devido à maior liberdade sexual, houve um aumento nos casos de doenças venérias. Esse aumento foi devido principalmente à descoberta das pílulas anticoncepcionais, que conferiram maior liberdade à mulher.
Graças à descoberta da penicilina, como medicamento, em 1939, as doenças sexualmente transmissíveis não foram capazes de dizimar populações.

[1] O mercúrio, o mais tóxico dos metais pesados, é capaz de lesar vários órgãos, provocando andar cambaleante, transtornos na visão, descontrole motor, dificuldade em distinguir vozes num grupo, entre outros efeitos. Em casos mais graves, pode levar à morte.

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